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ALBA homenageia Carlos Eduardo Sodré com a comenda 2 de julho

Em concorrida sessão solene, a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) condecorou na manhã desta sexta-feira (6) o advogado, jornalista, político, escritor e cônsul da Costa do Marfim, Carlos Eduardo Sodré, com a Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria concedida pelo Parlamento. A sessão solene foi conduzida pelo presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes (PSD).

A homenagem foi proposta pelo deputado Roberto Carlos (PDT), que a justificou em discurso durante a sessão. “Homenagear o Dr. Carlos Eduardo Sodré traduz um ato de justiça a alguém que, por suas qualidades pessoais, profissionais e de homem público, além de sua cultura e competência reconhecida, ostenta uma folha de relevantes serviços prestados ao nosso Estado”, afirmou Roberto Carlos.

Segundo ele, Carlos Eduardo Sodré exerceu, com “indiscutível integridade e grande dedicação”, diversos cargos no Estado e na municipalidade, como também no cargo de procurador federal, “sem falar na participação em vários conselhos estaduais e federais”. No plano diplomático, ele citou a função de cônsul da Costa do Marfim na Bahia, que Carlos Sodré exerce por designação do presidente do país africano.

Autoridades civis e militares da Bahia e de outros estados, notadamente do campo jurídico, representantes de diversos órgãos de Estado, lotaram o plenário da Assembleia Legislativa para prestigiar a homenagem.

Entre as autoridades presentes na sessão estavam o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Nilson Soares Castelo Branco; o secretário de Segurança Pública (SSP-BA), Ricardo Mandarino; o presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGBH), Joaci Góes; a presidente da OAB-Bahia, Daniela Lima de Andrade Borges; entre outras.

Em vídeo transmitido na sessão, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, também destacou a longa trajetória do homenageado no Direito e também como homem público. “Amigo de longa data, Carlos Eduardo Sodré é homem de devotado, de reconhecido espírito público, correto, decente”, elogiou o magistrado aposentado.

No vídeo, Ayres Britto faz uma alerta contra os ataques à democracia. “A democracia não atravessa os seus melhores dias. Não existe o cargo de supremo presidente da República. A democracia não tem vocação para o suicídio, para o haraquiri. Ela não pode se dispor a seu próprio funeral. A democracia tem que reagir”, conclamou.

Ao agradecer a homenagem, Carlos Eduardo Sodré lembrou da infância e juventude em Itapé, cidade do Sul da Bahia, e agradeceu à Assembleia Legislativa. “Se, por um lado, o tamanho da imerecida honraria me faz tomado por justificada emoção e pela compreensão da significação do laurel – que honrarei e a valorizarei na justa medida, eminente presidente – as circunstâncias com as quais o destino se pôs derredor desse momento, por si só já lhe emprestariam um significado emocionante quando, do olhar volvido ao passado na contemplação da caminhada encetada d’antes, não avultassem registros de uma vida que, embora recheada de vicissitudes e percalços, contabiliza magníficos acontecimentos, conquistas e alegrias”, discursou o homenageado.

Ao se dirigir aos deputados, Sodré pediu para que eles mantenham “esta Casa permanentemente – acima de tudo – sempre com o foco prioritário na defesa do povo, na linha do que asseverou o eminente ministro Carlos Ayres Brito, em bela e lapidar síntese, como fruto de sua genialidade, a expressão que avulta do espírito democrático que embasa a nossa Constituição Federal, inexcedivelmente mais pétrea que todas as outras suas disposições, assim plasmada: ‘Onde povo não é tudo, o povo não é nada’”.

No final da solenidade, o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, voltou a criticar os avanços sobre a institucionalidade brasileira, perpetrados pelo presidente Jair Bolsonaro. Defendeu o voto popular como ‘única arma’ para o retorno da democracia e prometeu reação aos ataques à Constituição Federal.

“Neste momento em que o presidente da República golpeia a todo o instante a Constituição Federal e o Estado Democrático de Direito, colocar no peito de Carlos Eduardo Sodré a Comenda 2 de Julho, cônsul, militante político e advogado de grande escol, é também o nosso recado: resistiremos e não retroagiremos”, prometeu.

Adolfo Menezes também destacou, no discurso, a força do voto popular na defesa da democracia e na reconstrução da imagem do Brasil no concerto das nações.

“A única arma da sociedade para a mudança democrática é o voto. E é a que usaremos dia 2 de outubro, para devolver ao Brasil e a seu povo dignidade, assim como reabilitar a imagem do país no conjunto das nações”, explicou Adolfo Menezes, que encerrou a fala com um leve improviso de uma frase do hino da Bahia: Com tiranos não combinam nossos corações.

Fonte: Ascom-ALBA

Foto: Neusa Menezes/Agência-ALBA

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